quarta-feira, 30 de julho de 2008

Meus amores.

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... e a tensãoansiedadevontade por aqui é grande.
Queria vocês por perto.

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quinta-feira, 24 de julho de 2008

Do que não é teu.

Aí, me veio a lembrança daquela rua que terminava numa escadaria por onde não passo mais. Tive a impressão de caminhar lá contigo. Só que nesse tempo, nem sonhava com a tua existência. Primeiro, achei engraçado. Depois, triste. Não é direito roubar lembranças que não são tuas. Não é. O presente já é tão grande e tão teu. O antes não. O antes não compartilho.

sábado, 12 de julho de 2008

Entrega


Suspirou. Três vezes, como quem traça o sinal da cruz com o ar. Amor Trino, não tão santo. E o zelo de cerrar os lábios pra não macular o silêncio. Expira, e apressa o passo. Urge, mas o quê?. Dias de se percorrer com passos apostólicos,tempos de cruz e espada, por vezes, é preciso morrer pra se salvar daquilo que acredita. E viver mais. Colocou as mãos na terra, esboçou os gestos de Deus, soprou. Não abstraiu. Não mais. Cansou os joelhos dobrados, as mãos em postas. Cansou as pálpebras de cerrar os olhos. A pupila dilatou a alma. Dos cultivos, vale os sinceros. Os dedos, bulidos de terras, andam. Que desenho teria feito Jesus? Não atire a primeira pedra. Nem a segunda, por favor. O pensamento ganha geometria é na ponta dos dedos, no traçar esboçado na areia, e só porque primeiro soube se medir com precisão de passos o acertar das idéias. Quando se alongam os dias e os silêncios, entendas, ela longeia, pra se precisar inteira e não atingir medidas. Por favor, no abrigo não se deseja mais a palavra-farpa unhada nas paredes. Desentendes os ciclos, mas queres a beleza cheia, lua, nova-crescente presa em teus quartos. Criança poupada de chão, proteção que cerceia. Se vai, coração descobre estações de ser, sempre novas...por antigos caminhos distantes. Enquanto, tu arrancas as orquídeas. Rasga o raro entre os dentes, e deixa luir o que unia. Não estar, de quando em quando, é se refazer pra se render melhor, mostrar a cicatriz. Ela prefere ainda a caixa postal vazia, a palavra quente de um sorriso que não se pode ver, do que o estragar da fruto pela hipocrisia da seiva, puro veneno. Tez de Brutus. Tem as mãos sujas, a cara maltratada de sol, do que escapa ás proteções, mesmo tantas, por isso, se te dedicou o zelo dessa muda em flor, foi na vontade de afetar o cultivo, empunhar ao sol esse amor, e te dedicar a possibilidade de aprender que todo gesto é semente, e por isso só sabe multiplicar. Pensa no sete, no Caio Fernando, na sorte, em não se perder dos encontros, e que pode ser doce. E tu, sem achar o tom, descobres que: quando o sentimento não encontra nas palavras veste, ele escapole, na pausa entre os acordes, ausência amamentando nos braços uma presença que freme. Um suspiro.

domingo, 6 de julho de 2008

Bilhete.

Ulisses,

Num minuto de devaneio quero abraçar num estado urgente.
A música termina, a cidade fere. Há muita ausência nessa distância.
Aí eu penso em todo o mundo. Em ti, o mais distante, no gesto que fiz há uma hora, nas palavras que me disseram e no abraço que não consegui pedir. Pedir parece tão fácil e simples.
Mas o abraço já é grandioso em si, não deveria ser pedido. É quando dois corpos se encontram, cada qual em seu ritmo dançante. É um desejo atrevido de querer conhecer.
Hoje o céu parece desabar. Lembro de ti porque é domingo e você foi embora sem despedida e sem abraço.
E eu continuo fazendo jardins.

Anna.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Dos retornos.

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E foi quase doído ver você soltar da mão, sair da roda e ir.
Ciranda aberta não gira e assim...
Feito pisca-pisca de Natal, que quando uma luzinha queima as vizinhas, não mais. Sabe?
Feito quando uma missanga, passa pelo nozinho de fio da pulseira e deixa as outras assim, meio frouxas. Ficamos.
Podia então, remendar, consertar, tampar com band-aid. Cortar o fio e dar outro nozinho. Mas não. Fica sempre marcado e nem.
Foi feliz demais ver voltar.
Me dá sua mão. Que a volta da viagem é quase sempre a melhor parte.
Vem.

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